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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Folclore e Cultura: Lendas e Mitos de Portugal:

Lenda do Bolo-Rei:
Conta a lenda que, num país distante, viviam três homens sábios que analisavam e estudavam as estrelas e o céu. Esses sábios eram Gaspar, Melchior e Baltazar, tidos como os três Reis Magos, os quais, ao observarem o céu, viram uma nova estrela, muito mais brilhante que as restantes, movendo-se no firmamento. Eles interpretaram-na como um aviso de que o filho de Deus tinha nascido. Assim, resolveram segui-la até Belém, para adorar o Menino Jesus. E levaram consigo três presentes: incenso, ouro e mirra, para presentearem o Messias. Todavia, à entrada da gruta, depararam-se com um problema. Qual deles teria o privilégio de ser primeiro a oferecer um presente ao recém-nascido?
[....]
Um artesão que por ali passava ouviu a conversa e propôs uma solução para o problema de maneira a ficarem todos satisfeitos. Pediu à sua mulher que fizesse um bolo e que na massa colocasse uma fava.
[...]
Depois de cozido o bolo foi repartido em três partes e aquele a quem saiu a fava foi efetivamente o primeiro a oferecer os presentes ao menino Jesus.




Olhapim:
Os olhapins são seres do folclore popular português. São muito baixinhos, por isso também são chamados de anaios. São uma espécie de espíritos, duendes ou assombrações.
Os olhapins têm quatro olhos, dois para a frente e dois para trás por isso olham para todo o lado.




Olharapo:
Nos contos de fadas portugueses o olharapo pertence a uma raça de gigantes que tem um grande olho na testa (Ciclope), e é parecido com o alicórnio.




Gigantone:
Gigantone é um boneco de figura humana com 3,5 a 4 metros de altura, típico das festas populares portuguesas, romarias e cortejos de carnaval. O boneco tem uma estrutura que permite ser “vestido” e manuseado por uma pessoa no seu interior. A cabeça de grandes dimensões, feita de pasta de papel, e o resto da estrutura podem atingir trinta quilos, peso suportado pelos ombros do manuseador e que faz com que a amplitude de movimentos do boneco seja limitada.




Careto:
Careto é um personagem mascarado do carnaval de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal, com destaque para Podence. É um homem que usa uma máscara com um nariz saliente feita de couro, latão ou madeira pintada com cores vivas de amarelo, vermelho ou preto. Numa outra versão, em Lazarim a máscara é feita de madeira de amieiro decorada com chifres e outros apetrechos.




Zé do Telhado:
José do Telhado ou Zé do Telhado, alcunha de José Teixeira da Silva, foi um militar e famoso salteador português. Chefe da quadrilha guerrilheira mais famosa do Marão, Zé do Telhado era também conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres" e, por isso, muitos o consideram o Robin dos Bosques português.




Peeira:
Peeira ou fada dos lobos é o nome que se dá às jovens que se tornam guardadoras ou companheiras de lobos. Elas são a versão humana e feminina do lobisomem e fazem parte das lendas de Portugal e da Galiza. A peeira tem o dom de comunicar e controlar alcateias de lobos.



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Padeira de Aljubarrota:
Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota, foi uma figura lendária e heroína portuguesa, cujo nome anda associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria matado sete castelhanos que encontrara escondidos num forno.




O Monstro de Aljubarrota:
Segundo a lenda, S. Jorge desceu dos céus montado no seu cavalo e, rodeado por uma bola de fogo, avançou com a sua lança sobre a terrível fera. Depois de abater o monstro, S. Jorge virou-se contra o exército inimigo desbaratando as suas fileiras e ajudando os portugueses a alcançar a vitória.




Lenda da Cova Encantada ou da Casa da Moura Zaida: 
No tempo em que os Mouros dominavam Sintra, um cavaleiro nobre cristão foi feito prisioneiro. Zaida, a filha do alcaide, apaixonou-se por ele.
Um dia, o resgate foi pago e o cavaleiro libertado. Apaixonado também por Zaida, o cavaleiro pediu-lhe para fugirem. Zaida recusou, mas pediu-lhe para nunca mais a esquecer.
[...]
Diz a lenda que, em certas noites de luar, aparece junto à cova uma formosa donzela vestida de branco a encher uma bilha de água, desaparecendo logo de seguida, após um doloroso gemido.




Lenda da Dona Branca ou da tomada de Silves aos Mouros: 
Em Silves, reinava o mouro Ben-Afan. Um dia, no intervalo das suas lutas contra os cristãos, teve um sonho extraordinário. Na verdade o sonho começou por ser um pesadelo, com tempestades e vampiros, mas transformou-se numa visão de anjos, música e perfumes. Terminou com o rosto de uma mulher, divinamente bela, com uma cruz ao peito.
[...]
O rei mouro voltou ao seu castelo e preparou os guerreiros para o rapto da princesa, prontamente executado. Branca de Portugal e Ben-Afan viveram então a sua paixão sem limites, esquecidos do mundo e do tempo. O ramo de murta mantinha-se viçoso.




Maria Gancha: 
A Maria Gancha é um ser maléfico do folclore português, ainda hoje referido com frequência no Minho. A Maria Gancha tem os braços em forma de gancho e vive no fundo dos poços. A Maria Gancha afoga os meninos que se aproximam do poço onde ela vive. Nas lendas de Maiorca ela chama-se Maria Enganxa. Enquadra-se num conjunto de criaturas chamado Medos ou Papões, por serem utilizados pelos pais e educadores para assustar as crianças, procurando limitar o seu raio de ação para prevenir que aquelas se aproximassem de locais perigosos. No caso da Maria Gancha, os poços eram os locais perigosos a evitar.




Lenda da Maria Mantela: 
Maria Mantela, uma mulher de Chaves, duvidava que uma mulher pudesse ter dois filhos de um parto sem serem de pais diferentes. Certo dia, uma mendiga com gémeos pediu esmola à sua porta, mas Maria a enxotou cruelmente. Tempos depois, Maria deu à luz sete crianças e, temendo que o marido suspeitasse, ordenou que a criada jogasse seis delas no rio. A criada obedeceu, mas Fernão Gralho, o marido, descobriu e salvou os bebês, colocando-os aos cuidados de amas em diferentes aldeias, mantendo tudo em segredo. Sete anos depois, ele reuniu todas as crianças e revelou a Maria, que reconheceu seus filhos e se arrependeu. A lenda diz que os sete irmãos se tornaram padres em aldeias de Chaves.




Lenda do Galo de Barcelos: 
Na lenda do Galo de Barcelos, os habitantes estavam alarmados com um crime sem solução, e um galego peregrino foi acusado injustamente. Condenado à morte, ele declarou sua inocência ao juiz e apontou para um galo assado, dizendo que este cantaria no momento de sua execução como prova de sua verdade. Ignorado, o homem foi levado à forca. No entanto, no instante do enforcamento, o galo assado ergueu-se e cantou, confirmando a inocência do galego. O juiz, percebendo o erro, correu até a forca e descobriu que o homem se salvara por um nó malfeito. Ele foi libertado, e o Galo de Barcelos tornou-se um símbolo da justiça divina.




Lenda dos Cravos:
A lenda dos cravos diz que a flor surgiu das lágrimas da Virgem Maria, quando viu Jesus a ser crucificado. 
O cravo é uma flor que tem sido associada a vários significados ao longo da história, como a crucificação de Cristo, a pureza e o amor. 
O cravo também é o símbolo da Revolução dos Cravos, que ocorreu em Portugal em 1974. A revolução foi nomeada assim porque a população portuguesa distribuiu cravos aos soldados que participaram do movimento.




Lenda do Milagre de Ourique: 
A lenda narra que, antes da Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques foi visitado por um velho que lhe profetizou a vitória e o orientou a sair do acampamento ao ouvir uma sineta. Obedecendo, o rei presenciou uma visão divina: a Cruz e Cristo crucificado, que lhe prometeu vitórias futuras. Após vencer a batalha, D. Afonso Henriques teria decidido que a bandeira portuguesa incluiria cinco quinas, simbolizando os cinco reis derrotados e as cinco chagas de Cristo.




Velha da Égua Branca: 
A velha da égua branca é um ser mítico do folclore de Portugal. A velha da égua branca é uma alma penada que surge no Algarve nas noites de lua cheia. A velha da égua branca traz na cabeça um toucado branco com muitas fitas encarnadas que parecem relâmpagos do inferno e na mão esquerda uma faca. Segundo Teófilo Braga "a velha é evidentemente a personificação da noite".




Rosemunho: 
O rosemunho (ou remoinho) é um ser mítico do folclore popular português. Este ser está relacionado com o mito solar, que aparece ao meio-dia, ou nas horas abertas (também chamadas Trindades) e é tido como um ser maléfico.
“ «À hora do meio dia encontram pelas estradas, nas encruzilhadas, umas cousas más, que se chamam rosemunhos (remoinhos). O resemunho é como uma poeirada: leva paus, pedras, e se apanha alguma pessoa no meio, leva-a também pelos ares, mas se a pessoa trouxer umas contas na algibeira e as atirar à tal cousa má, não lhe acontece mal algum.»